11.07.2015

A força da escuridão

´´Escuridão, o que é isso perto de mim...``

Sinopse:

A culpa foi minha, foi eu que aceitei sem nem mesmo pensar. Foi eu quem o seguiu até seu covil maléfico. Foi eu quem o obedeceu de olhos fechados. Foi eu que fiz  o trabalhos sujos. Foi eu que permiti que a maldade da alma dele entrasse em mim e poluísse o meu coração. Foi eu que me apaixonei por ele.

Vocês não devem estar entendendo... Vou tentar explicar melhor:

Meu nome é Melanie Calister, pincesa do Reino dos Dragões,a mais forte entre todos os sete mares. Por pura estupidez eu segui um garoto, Jack Frost, disse que era meu amigo, que cuidaria de mim, que não iria permitir um casamento forçado entre mim e Soluço.

 Mas era tudo uma farsa, ele queria o meu sangue para aumentar seu poder, deixando-o mais forte que eu. Trancou-me num calabouço, fraca, quase sem poder. Dias e noites se passaram e então eu encontrei aquilo que realmente me faltava, descobri como iria fazer o ritual para me tornar invencível, por mais que fosse doloroso, eu o fiz.

Arranquei meu coração. Me tornei mais fria que a neve, mais sombria que a escuridão, mais desafiadora do que a morte e mais forte do que o fim do mundo.

Jack Frost está encrencado...




XOXO, -L


10.04.2015

Capítulo Quatro






 Ao chegar em casa, corro para o meu quarto e me tranco. Choro pela dor física causada pela aula de educação física, pela saudade que sentia da minha mãe, pela vergonha que passei quando fui chamada de bruxa por Amber, pelo medo de ser insultada novamente, por tudo!

- Filha, você está bem? - perguntou meu pai do outro lado da porta

Me entrego a raiva

- Vai embora! A culpa é sua! Você foi transferido para cá!

- Querida...

- Me deixe em paz!

- Não fale assim com o papai...- diz Clementine

- Cale a boca!

Silencio.

Enterro minha cabeça nos travesseiros e continuo a chorar. Minha vida sempre foi assim, por que eu ainda me importava? Por que ainda chorava? Por que eu continuava a seguir em frente? A única resposta que eu consegui arranjar era que eu era masoquista, por que tudo isso me machucava, emocional, física e mentalmente.

 Olho ao redor, mal conseguia ver a porta de tão escuro que estava o meu quarto. Guio-me até a janela. Alcanço a escada ao lado da varanda e desço por ela. Sinto cada gota de chuva caindo sobre o meu corpo e se misturando com as minhas lágrimas. Caminho pelo quintal e subo a cerca. Ando pelas casas e seu seguida pelos olhares dos vizinhos, eu já não me importava mais...

 Minhas roupas estavam molhadas, já não sabia se era pelas lágrimas ou pela chuva... Um relâmpago atravessa o céu. Alcanço o parquinho e me sento no balanço. Coloco o capuz do meu casaco sobre a minha cabeça e me balanço. As correntes entraram em atrito com o cano de metal que as segurava fazendo um barulho estridente. Deixo que esse barulho me acalme.

 Estava com sono, com frio e com fome. Sinto-me arrepiar e então olho ao redor, um vulto acinzentado está parado ao lado do escorregador. Parecia uma mulher...

- Oi - ela fala e deixa sair fumaça por sua boca

 Solto um pouco de ar pela boca e a mesma fumaça não aparece. Paro de me balançar e presto atenção nos meus batimentos cardíacos. Eles estavam acelerados, apesar de eu não estar com medo.

 Aquela criatura não me assustava.

- Esta tudo bem? - pelo seu tom de voz percebo que ela era uma mulher

- Problemas...

- De que tipo?

- Quem é você? - pergunto me levantando e encarando-a  

- Quem eu sou não importa. O que é de meu interesse é o seu estado emocional.

- Eu não devo conversar com estranhos...

- Eu não sou uma estranha - diz ela caminhando até mim, quero dizer...

Oh meu Deus! Ela flutuou até mim! 

- Como isso é possível? - digo dando um salto para trás

- Como o que é possível?

- Você não está andando e... Sério?

 Só podia ser!

 Amber aprontando comigo, ela deve ter feito uma instalação de metal logo acima do parquinho para manipular fantoches. Olho para cima e não vejo nada além de nuvens escuras e pingos de chuva.

- Sério o que?

- Isso só pode ser uma armação de Amber e sua gangue - digo ficando de costas para o fantoche e caminhando para a saída do parquinho

- Quem é Amber?

- Chega! Pode aparecer Amber!

Nada

- Ela que te deixa triste, não é?

- Pare de falar comigo! Eu mal sei quem você é! Qual o seu nome?

- Eu já te disse, você é mais importante. Alem do mais eu não sei o meu nome...

- Como alguém não sabe o próprio nome?

- Simplesmente não sei... Não me disseram nada, me mandaram conversar com você. Saber como você está...

-Meu dia não foi muito bom, se é isso que você que saber

- Há alguma maneira de eu te ajudar?

- Se você puder colocar fogo em todas as pessoas que me fizeram mal, eu ficaria muito feliz

- Me proibiram de fazer mal a qualquer ser humano...

- Ser humano? - faço essa pergunta várias vezes a mim mesma - O que você é?

- Bem, eu não sei... Também não me falaram

- Quem te disse isso?

- Quem disse o que? - diz uma voz masculina

- Obrigada por dizer como você está, espero te encontrar novamente - disse a mulher e rapidamente foi embora

- Vamos, responda minha pergunta - diz Noah

- Eu não sei...

- Com quem você estava falando? - ele olha ao redor - Não tem ninguém aqui

- Eu... eu estava falando com uma mulher...

- A única mulher aqui é você - diz ele apontando para mim - Você costuma falar sozinha, AHS?

- Não...

 Tudo estava muito confuso. Primeiro eu tive o pior dia da minha vida, depois eu briguei com o meu pai, então uma criatura que se parecia com uma mulher começou a falar comigo, agora Noah acha que eu sou uma louca.

- Acho melhor eu voltar pra casa - foi o que eu consegui dizer

- Tudo bem...

 Caminho até a saída do parquinho

- A gente se vê amanhã no colégio, AHS?

- Talvez...

- Boa Noite - diz ele

 Não respondo e corro para casa.

- Filha! Meu Deus! Nunca mais faça isso, está me ouvindo?

- Desculpe, pai. Eu precisava pensar...

- Ah minha querida...

 Kenny me envolve em seus braços e acaricia a minha cabeça.

- Vá dormir. Amanhã você tem aula.

- Infelizmente - digo subindo as escada.

 Ao chegar no meu quarto tiro a roupa molhada e entro na minha banheira. Tomo um banho quente e coloco o pijama. Deito-me na cama e me lembro da criatura.

- O que está acontecendo? - sussurro

 Fecho os olhos e durmo.


 Acordo e visto a minha roupa.

 Desço as escada e tomo um copo de leite quente.

- Tenha um bom dia - diz o meu pai

- Isso eu duvido

Ele joga as chaves do carro para mim e eu as agarro. Ligo o motor e dirijo até a escola. Estaciono num canto isolado e com apenas uma árvore e poucas gramíneas ao redor.

- Olha só quem chegou! - exclama Amber - A bruxa está aqui gente, façam os seus pedidos.

- Bruxas não realizam pedidos, genia! As fadas que fazem isso - digo colocando a mochila nas costas

- Olha só quem fez o dever de casa! - ela ri - Qual vai ser o feitiço de hoje?

- Que tal eu explodir a sua cara? - digo  fuzilando-a com o olhar

- Que horror, bruxinha - diz Laura

- Isso seria algo muito brutal, Natalie...

- Corrigindo: Seria algo muito legal - digo entrando na escola

- Você não me assusta!

- Você também não me dá medo

- Mas eu te faço chorar, é bom o suficiente - diz ela com um sorriso na cara.

- Eu não choro...

- Chora sim! Meu irmão me contou!

- Mas que merda! O que você está fazendo Amber? Eu pedi pra você não contar... - diz Luke

- Ops!

- Amber! - Luke se vira para mim - Nalie, me desculpe...

- Quer saber? Eu estou cansada, vocês são um bando de... de...

- A pobrezinha não sabe nem xingar... - diz Laura

- Um dia vocês vão me pagar!

 Entro no colégio e me tranco no banheiro.

- Droga! - Grito

Olho para o espelho.

- Por que?

Lágrimas e mais lágrimas corriam pelo meu rosto. Ouço uma batida na porta.

- Natalie, sou eu, Jamayca, posso entrar?

- Por favor, eu só quero ficar sozinha...

- Não é bom ficar sozinha nesse momento, é muito perigoso.

- Você acha que eu vou me suicidar, não acha?

- Desculpe, eu só queria fazer companhia...

- Entre.

 Jamayca estava com o seu cabelo presso em um coque no alto da cabeça, um vestido rodado amarelo, um batom bege e uma sombra leve nos olhos.

- Não pergunte se eu estou bem, por que eu não estou.

- Sinto muito...

- A culpa não é sua.

- Eu sei - ela me abraça.

- Obrigada.

- Estarei do seu lado, Natalie

Sorrio.

- Venha, a senhorita tem aula.

- Eu não quero ir...

- Você tem que estudar para ter um futuro, não deixe que essas coisas tolas atrapalhem.

- Essas coisas tolas me machucam.

- Eu sei, mas você precisa seguir em frente

 Jamayca segura o meu queixo e ergue a minha cabeça.

- Vamos?

 Ela abre a porta do banheiro.

- Infelizmente...

 Caminho calmamente até a sala.

- Cuidado com a bruxa! - exclama Laura

- Ah! Cuidado - dizem algumas garotas

- Menos, gente... - diz Noah

- Todos sentados, por favor - diz a professora - Me chamo Nyrah

 Nyrah tinha cabelos grisalhos até os ombros, pele clara e olhos cinzas. Vestia-se com uma saia cinza até o joelho, uma blusa azul  comprida e um colar prata. Seus sapatos eram de salto médio de cor vermelha.

 A aula de biologia foi entediante, na verdade, o dia inteiro foi chato.

 Quando finalmente chegou a hora do almoço eu me sirvo com duas fatias de pizza e eu copo de Coca Diet. Sento-me na mesma mesa de ontem.

- Posso me sentar aqui, AHS?

- Eu queria ficar sozinha e...

Noah se senta.

- Ou você pode simplesmente se sentar...

- O que houve ontem?

- Não dá pra gente esquecer isso?

- Com quem você estava falando? - pergunta ele

- Isso virou um questionário?

- Só me responda! - ele bate a mão na mesa

Olho ao redor, todos estavam olhando para mim e Noah. 

- Depois eu falo com você - digo

 Olho para o meu prato de comida, eu havia dado apenas uma mordida na pizza. Levanto-me e saio do refeitório.

 Caminho pelos corredores de cabeça baixa.

- Nalie! 

- Saia daqui Luke, por favor.

- Eu não queria ter contado para minha irmã, me desculpe.

- Eu te perdoou - minto

- Não, posso sentir isso.

- Me dê um tempo, por favor.

- Aceite as desculpas dele, Luke gosta de você - ela estava de volta

Um frio percorre a minha espinha.

- Ele mal me conhece...

- Somente aceite, ele é uma boa pessoa e se preocupa com você.

- Você esta falando com quem?

- Luke...

-O que?

- Eu te perdoou, de verdade.

- Isso é ótimo - diz ele - Obrigado

- Obrigada por me ouvir, Natalie

- De nada - respondo aos dois

 A sensação de frio passa e eu olho para Luke.

- Que tal irmos almoçar aqui perto? Tem um restaurante muito bom!

- Eu não estou com fome...

- Você mal tocou na pizza.

- Ok, eu aceito o convite.

- Maravilha! - ele diz e sorri

 Luke começa a caminhar e eu o sigo


 Chegamos em uma lanchonete, seu estilo copiava as lanchonetes dos anos cinquenta. Sentamos em uma mesa no canto.

- Você é sempre assim?

- Assim como? - digo colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha

- Estranha e diferente.

- Talvez seja porque vocês estejam acostumados com as garotas do seu colégio...

- É...

 Respiro fundo.

- Conte-me sobre você, Nalie.

- Bem, não tenho muito para contar.

- Fale...

- Eu venci a bulimia, choro escondida e toco violão, guitarra e piano.

- Bom, isso é bastante coisa, não?

- Eu não acho tanta coisa...

- Fico feliz que você tenha vencido a bulimia.

- Obrigada - digo olhando para a mesa

- De nada. - ele sorri

- Agora, conte-me sobre você. Creio que sua vida é mais interessante do que a minha.

- Bem, eu sou o capitão do time de futebol americano do colégio, minha irmã é insuportável, assim como sua amigas e eu tenho uma queda por morenas.

- Isso eu não precisava saber - me sinto corando

- Não precisa ficar vermelha. Somos amigos, não somos?

- Eu mal te conheço. - digo

- Você está certa. Mas te acordo com o tempo, a gente vai se conhecer.

- Não pretendo ficar muito tempo nessa cidade...

- Como assim?

- Assim que eu me formar, quero cursar em Oxford.

- Quanto mais alto sonhar, maior é a queda - diz ele se encostando na cadeira

 Rio

- Quanto mais alto você voar, maior será a queda - o corrijo

- Tanto faz...

Luke acena para uma garçonete e ela vem até nós.

- Você vai querer o que? - ele me pergunta   

- Chá gelado, por favor

- Eu quero o mesmo

- Ok - diz a garçonete que logo vai embora

- O que você gosta de fazer no seu tempo livre?

- Bem... eu leio e escrevo. - digo

- Interessante.

- E você?

- Eu treino.

- Legal - minto

- Você gosta de esportes?

- Sinceramente, não - digo - Não sou fã de exercícios...

- Serio? Você parece tão em forma.

- Eu sou magra, é diferente.

- Ok, vamos mudar de assunto? - assinto com a cabeça - Você vê séries?

- Sim

- Quais?

- American Horror Story, The Walking Dead, How to get away with a murder, Criminal Minds, e várias outras...

- Eu também vejo Criminal Minds - diz ele com um sorriso no rosto - Personagem favorito?

- Spencer Reid. E você?

- Penelope García.

- Legal...

- Aqui está os dois chás gelados! - diz a garçonete

- Obrigada - digo mexendo o canudo

Luke sorri e dá um gole em seu chá gelado. Eu não estava com sede, então continuei brincando com o canudo.

- Qual  seu número?

Digo o número do meu celular, e ele o grava em seu telefone.

- Obrigado - diz ele

Dou um gole na minha bebida. Um sabor doce e gelado percorre minha boca como uma onda percorre a areia da praia. Uma sensação de tranquilidade invade o meu corpo e me sinto navegando entre nuvens.

- O que mais você gosta de fazer?

- Bem, vou ao parquinho.

- Você não está velha para isso? - pergunta ele sorrindo

- Tenho uma irmã mais nova, Clementine.

- É um nome bonito. Todos os nomes de seus familiares terminam com´´e``?

- Não, meu pai se chama Kenny e minha mãe se chama Katjaa - uma onda de tristeza invade o meu corpo e sinto o meu coração pesar. A dor ocupa o lugar da paz e tranquilidade que outrora estava em meu corpo.

- Katjaa é um nome peculiar - diz ele

- Minha avó vivia no mundo das luas, um dia ela passou em frente a uma loja de vodu e viu ´´Katjaa`` escrito em um frasco que tinha um líquido vermelho e ela decidiu que a filha dela ia se chamar Katjaa.

- Por que sua mãe não trocou de nome?

- Minha avó morreu durante o parto, é uma lembrança de que ela ainda vive nos nosso corações.

- Então você não conheceu a sua avó?

 Assinto com a cabeça

- Sinto muito

 Luke descansa sua mão direita sobre a minha, e com a outra enxuga uma lágrima que corria pelo meu rosto.

- Obrigada, Luke.

 Nós conversamos e perdemos o horário. Quando chequei o meu celular já era cinco e meia.

- Luke! - Grita alguém.

 Amber.

- O que você está fazendo com ela?!

- Conversando. Não posso?

- Não! Não mesmo!

- Ah! Pelo amor de Deus, Amber! Eu sou grandinho o suficiente para escolher com quem eu quero falar! Alem do mais, eu sou o mais velho!

- Não! Eu te proíbo de falar com ela! - exclama Amber

- Luke, eu tenho que ir.

- Você fica ai, bruxa. Quero ter uma conversa com você!

- Não fale assim com ela! - Luke se levanta da cadeira e para bem na frente de Amber.

- Crianças, aqui não é lugar para brigas. Por favor, se acalmem.

- Amber, cai fora!

- Ok, já estou saindo!

 Amber atravessa a porta da lanchonete, eu podia sentir a raiva dela. Mas que droga! A culpa nem é minha, foi Luke que me convidou para sair!

- Desculpe, Nalie.

- Não, eu que tenho que pedir desculpas - Balanço a cabeça ao me levantar da cadeira - Sinto muito.

- A culpa não é sua! É da minha irmã!

- Talvez ela esteja certa. Eu sempre causo problemas, ela está apenas tentando te proteger - te proteger de mim. Te proteger da bruxa suicida

- Estou cansado da mesmice, Nalie!

 Sorrio. Luke estava vendo as coisa coloridas, e aprendeu a enxergar alem do horizonte.

- Tenho que ir. Tchau, Luke - digo me afastando dele e andando em direção a porta. Sinto uma mão quente segurando o meu braço.

- Diga que eu estou perdoado

- Eu te desculpo, Luke, apesar da culpa não ser sua.

 Eu me viro e encaro-o. Fico na ponta dos pés e beijo sua bochecha. Caminho até a porta e olho para trás e vejo Luke comum sorriso bobo. Solto uma risadinha.


- Você! Nunca mais chegue perto do meu irmão, está me ouvindo?

 Viro e continua andando. Volto para o colégio.

- Ai está você, Ahs! Por onde andou?

- Não é da sua conta!

- Presumo que você estava com Luke...

- Cale a boca!

- O que vocês fizeram? - sorriu maliciosamente

- Vá pro inferno!

 Entro no meu carro e vou para casa.

- Você esta bem? - pergunta meu pai

Fico calada e subo as escadas. Ao entra no meu quarto, tranco a porta e jogo minha mochila no chão. Deito na cama e olho para o teto. Um frio percorre a minha espinha. Conhecia aquele sinal...

-Tudo vai ficar bem, Natalie

- Quem é você e por que só eu posso vê-la?

- Não se preocupe, logo você terá as sua respostas, confie em mim

- Como eu posso confiar em você se eu não sei o seu nome, ou o que você é?

- Eu só posso te dizer uma coisa...

- O que?

- Você é importante, assim como sua mãe.

- Katjaa? - pergunto, confusa

- Não

- Então quem?

- Não me foi permitido dizer, sinto muito.

 Respiro fundo. Eu não ai conseguir as respostas tão facilmente.

- A gente pode conversar, se você quiser.

- É, eu realmente preciso desabafar.

- Conte-me tudo - a criatura sorri

 Ainda não conseguia descrever a mulher. Não conseguia ver seu rosto. Ela se vestia com uma túnica preta que estava em farrapos, e toda vez que ela falava saia fumaça de sua boca. Conto a ela sobre tudo. Sobre Amber, Noah e Luke.

- Essa Amber é uma praga! - exclamou ela

- Eu sei.

- Que tipo de nome é esse, ´´Amber``? Me faz lembra de uma das minhas aulas de ciências, quando eu estudei sobre amebas.

- Amber e ameba são palavras bem parecidas.

 Rimos.

- Obrigada por me ouvir

- Foi um prazer - diz ela

- Sabe, minha mãe está no hospital, em coma, e eu não tenho ninguém para desabafar...

- Eu sinto muito.

- Obrigada

- Mas Kenny, seu pai, se preocupa muito com você.

- Eu sei, mas ele.... Não consigo me abrir com ele.

- Entendo.

 Me levanto da cama e vou fazer o dever de casa.

 Quando deu nove e meia eu me deito na cama e fico em silêncio.

- O que há de errado comigo?

- Não há nada de errado com você, você é perfeita

- Como assim?

 Uma novem de fumaça apareceu e começou a rodopiar em torno da mulher.

- O que está acontecendo!

- Eu fale demais, sinto muito. Outro irá vir no no lugar. Sentirei saudades, Natalie

- O que?! Não!

 A fumaça cercou por completo a pobre mulher e em questão de segundos ela havia desaparecido.

- Por favor, volte.

 A nuvem agora estava indo em minha direção.

- Não! - grito

 E então eu sinto que estou caindo, sinto uma espécie de líquido me envolvendo. E então tudo fica escuro.



Padouts!
Capítulo quatro pra vocês, meus amores!
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